segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Closer

_ Eu não como peixe.
_ Por quê?
_ Peixes fazem xixi no mar.
_ Crianças também fazem xixi no mar.
_ Eu também não como crianças.

_ O que você fazia em NY?
_ Eu era stripper.
_ (silêncio)
_ Olha o seu olhar...
_ Eu não posso ver meu olhar.

_ Qual seria o meu eufemismo?
_ "Ela era desconcertante".
_ Isso não é um eufemismo.
_ É sim.

_ Você o deixou assim?
_ É o único jeito de se deixar alguém. "Eu não te amo mais, adeus".
_ E se ainda amar?
_ Então eu não o deixaria.
_ Você nunca deixou alguém que ainda amasse?
_ Não!

_ Se incomoda se eu fumar?
_ Se você faz questão...
_ Não faço.
_ Então não fume.

_ Tem filhos?
_ Não.
_ Gostaria de ter?
_ Sim, mas não hoje.

_ Eu não beijo desconhecidos.
_ Eu também não.

_ Eu preciso vê-la.
_ Azar o seu.
_ Você me beijou!
_ Você tem 12 anos?
_ Você destruiu a minha vida!
_ Você se recupera.

_ Faz um ano que não te vejo.
_ Você me viu sim, mas só porque fica me espiando em frente ao meu estúdio.
_ Eu não espio, eu observo. E quando não estou lá, você me procura.
_ Como você sabe se não está lá?
_ Porque eu estou lá, observando à distância.

_ Olha pra mim e me diz que não está apaixonada por mim.
_ Eu não estou apaixonada por você.
_ Você está mentindo.

_ Vou embora
_ Não é seguro lá fora.
_ E aqui é?

_ Posso continuar te vendo?
_ Se te vir, nunca vou te deixar.

_ Você me amou?
_ Eu sempre vou te amar. Odeio te magoar.
_ E por que está magoando?
_ Porque eu sou egoísta e acho que vou ser mais feliz com ela.
_ Não vai. Vai sentir a minha falta. Ninguém vai te amar como eu.
_ Eu sei.

_ Você ainda gosta de mim?
_ Claro!
_ (chorando): Você está mentindo... Eu já estive no seu lugar...

_ Você é divino.
_ Nunca se esqueça disso.

_ Por que você se vestiu?
_ Porque acho que você vai me deixar e eu não quero estar de pijama quando isso acontecer.

_ Vai me deixar porque acha que não merece ser feliz, mas merece!

_ Me desculpe, você é...
_ Não diga isso! Não diga "você é bom demais pra mim"! Eu sou, mas não diga!

_ Eu sei quem você é. Eu te amo. Eu te amo tanto que dói.
_ Vamos comigo até o meu apartamento.
_ Eu não sou prostituta.
_ Eu não pagaria.

_ O que há de tão legal na verdade? Tente mentir pra variar.

_ Eu a amo.
_ Que pena, eu também.
_ Ela voltou pra você porque não suporta vê-lo sofrer. Você não sabe quem ela é. Você a ama como um cachorro ama seu dono.
_ E o dono ama o cachorro por fazer isso.

_ A Anna não vai ser feliz com você.
_ Ela não quer ser feliz.
_ Todo mundo quer ser feliz.
_ Não, os depressivos não querem. Querem ser depressivos pra confirmar que são infelizes. Se fossem felizes, não poderiam mais ser depressivos e teriam que encarar o mundo e viver. E isso é deprimente.

_ Você não sabe o que é o amor, porque não sabe o que é compromisso.

_ Não sou nobre o bastante pra te perdoar.

_ Obrigado.
_ Pelo quê?
_ Pela gentileza.
_ Eu sou gentil. Mando a conta pelo correio.

_ Como alguém pode ser tão decepcionante?
_ É o meu charme.

_ Quero saber tudo. Porque sou maluco.

_Você sabia?
_ Sim, mas eu queria ouvir de você.

_ Eu não te amo mais.
_ Desde quando?
_ Agora.

_ Onde está esse amor? Eu não posso vê-lo, eu não posso tocá-lo, eu não posso senti-lo. Eu só posso ouvi-lo. Eu posso ouvir algumas poucas palavras, mas não posso fazer nada com suas palavras fáceis.

_ Não quero mentir e não posso contar a verdade, então está tudo acabado.
_ Não importa. Eu te amo. Nada disso importa.
_ Tarde demais. Eu não te amo mais, adeus.