quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Caríssimo,

Odiei seu comentário. Achei-o grosseiro, agressivo, mal-educado e também um péssimo recurso para chamar atenção.
Meu blog existe com um propósito: gosto de publicar as coisas que escrevo. E isso me permite escrever as coisas que penso. Claro que o blog acaba sendo um ponto de encontro de amigos – ou não – e opiniões, mas um pouco de respeito ao que eu ou quem quer que seja pense, não faria mal.
Ainda sobre o propósito do blog, qualquer um tem todo o direito de não concordar com a minha opinião e inclusive de manifestar a sua. Acho que isso enriquece muito as discussões. Desde que, é claro, seja mantido um nível mínimo.
Por falar em nível, isso me reporta a uma passagem do seu comentário:
Essa visão (...) é de um nível intelectual mais baixo do que de um animal (...)
Ah, não subestime os animais. Nós podemos nos parecer mais com eles do que você pode imaginar. Por exemplo, esse negócio de ficar tentando aparecer não me lembra outra coisa senão o comportamento de um pavão, tentando exibir sua cauda para que os outros o admirem. Sugiro, inclusive, que cada um cuide de sua própria cauda, mas não quero interferir nas escolhas de ninguém.
Vou contar uma historinha (Quem me contou foi o seu guru, o James, com quem você poderia ter tido o cuidado de aprender também outras coisas, como essa percepção fantástica da natureza): O guepardo é o animal terrestre mais rápido que existe. No entanto ele costuma morrer de fome, algumas vezes, porque não consegue escolher qual hiena seguir. Na ocasião, o objetivo da historinha era alertar os cavalheiros numa aula de dança que não conseguiam trocar de par rapidamente num exercício que foi proposto. Mas faço outra analogia: antes de sair correndo atrás de uma idéia (ou hiena), defina-a primeiro. Conheça-a primeiro. Se você tentar perseguir cada teoria que passar, o risco de perder o rumo ou mesmo morrer de “fome” é grande. É só uma dica.
Outra liçãozinha que você pode aprender com os animais, mais uma vez tirada do seu próprio comentário: “(...) um animal, que sabe evitar comida que dá choque após tocá-la uma vez.
Espero que o choque tenha tido voltagem suficiente para que você não volte desagradavelmente a desfilar a filosofia dos botecos no MEU blog. Vê a diferença entre eu falar isso no meu blog e falar no seu?
Só uma última coisa: A realidade dos livros é linda. E é linda, principalmente, porque está lá, presa nos livros. Que tal vir viver a vida aqui fora?